sexta-feira, 2 de julho de 2010

eu doente do mundo doente

Agora é sério!
Temos sorte incrível de não merecer este mundo, esse mundo.
Há um mundo doente em nós, doentes do mundo. Conhecemos teorias, relações, e há ciúmes na nossa vontade de haver planetas mais inteligentes que nós. Ali, na contrapartida galáctica, também nos vemos tristes, sonâmbulos e macambúzios de uma torta agonia de não haver círculos.
Aí precipitamos por dores tão côncavas até lembrarmos o jogo fictício e nos perdoar. Isso vai curando nossa desnecessidade de existência, nossa carência de vazios e o abandono que é pura noção da solidão, o único algo que nos incita ao engodo que é a existência.
Vejo nítido o caos, perambulando por sua própria demanda criadora. É um demiurgo rebelde que debalde engendra instâncias de haver. Quando incita a clareza em seu seio e empreende o desequilíbrio, aí sentimos estados instáveis: os homens se odeiam e odeiam homens que se amam; a terra reclama das desarmonias e vibra gerando tufões, terremotos, tsunamis, cataclismas; animais em simulação de cios arvoram civilização, bestificando homens; dogmas constroem cismas, traumas, contorcionismos criativos e criações; artes perfazem valores e à míngua nos imputamos prazeres performáticos de gozo; trotamos malabarismos de procriar e reivindicamos famílias a expor certidões de viver e morrer por causa de porras!
Só sabemos só saber e não sossobramos, é tão claro, meu amigo!
Doentes!
Mas meu compadre, Finado Túlio, que deus o tenho, pois o diabo jaz, já dizia: só o beijo resgata todo o infinito e o caos nos causa descansar em paz.

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