sábado, 14 de agosto de 2010

Poema infanticida II - Freud

Todo mundo sabe mesmo
É morrer
De medo
O que ninguém sabe mesmo é morrer
De erro
Eu remedo
É meu remédio
Sou médio e creio
Medíocre sou
Os remendos de renda
De mim
mendigam
digam-me
gamam-me Id
em memória
de minh'alma
A minha memória de mim
Ama:
é morrer
de erro
Amaro-me tanto à mão
M(e)( )ato-me (n)a( )marra
Tomo a rota, remo, meu sêmen em ti
se(-)men(-)te
Manto ma(u)( )terno sente mente
Morreremos somente
erraremos só(s) por caminhos
Macarronearemos pontes
Por mais erros, medos, eras
Camas e ninhos - meros
Mercadeiros precários - eros
Hão de estar
Indo a(r)rumo a mim
a men
te

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Etiqueta em despedidas

Há que se haja um novo olhar que se veja velho
E de olhar outros olhares tão velhos ensejando novos

É como genuíno visitar-se cemitérios
Gene de cemitério é o visitante que decide a hora de partir

É como por necessidade rondar rodoviárias
transeunte de bagagens é ironia de chãos autóctones

De cemitérios e rodoviárias nos despedimos
Com olhares irônicos de quem parte
Tão velhos, tão novos
Irônicos autóctones

[Como uma vez já dissera:
"A saudade são cidadãos voláteis"]