segunda-feira, 11 de junho de 2012

Não seria a dor uma paródia de sete faces?

Quando morri, um anjo absorto
Desses que vigiam a igreja gótica
grita: vai Túlio, ser ghost na vida.

Os esquifes abrigam os homens
que jazem à espreita do choro das mulheres.
 Não há cores na eternidade além
E há desejos tantos como se não houvesse.

O omnibus passa com lágrimas cheias:
opacas, cristalinas, lágrimas viscosas.
Por que precisamos chorar, pergunta meu deus em seu coração.
Porém de minhas pernas
Ele não pergunta nada.

O coveiro acima da cova
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem muitos, infindos cadáveres
o coveiro acima da cova e sua pá.

Meu deus, passa de mim esse cálice,
do vinho que é sangue jorrado de ti,
do pão que é corpo em memória de mim.

Tudo tudo mais que tudo
Se eu me chamasse Getúlio
Seria um simulacro em minha certidão
Tudo tudo mais que tudo,
Bem maior é a minha prisão.

Eu nem devia rimar
mas esse poema
E essa viagem
botam as gentes como vidas com o diabo.

sábado, 2 de junho de 2012

Além-túmulo

Mesmo com as lágrimas guardadas no colo do anjo, Túlio largou a harpa e foi errar.