quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

ERMOS SEM TERMOS

Não com funda, Davi
Dívida dividida
com dádiva da vida

Sem
coincidência

A natureza do risco
A origem do medo
A via do engano
A força do ataque
A implicância do golpe
Ao triunfo da dor
Ao paradeiro da queda
Ao mistério da morte

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

VIVER DÓI!

Se-
quer
doer
que
se doe!

sábado, 12 de agosto de 2017

QUANDO SOOU O SINO, FOI COMO UM SINAL

            Deu a louca no hospício e a cidade sitiou-se para seus pares conviverem-se. As praças se encheram dos passos passageiros, a liberdade voava. Nas igrejas, todos foram justos e nos cemitérios, santos. Nas escolas, havia dúvidas, perguntas respondidas com mais perguntas, livros reescritos depois lidos e deslidos, repercutiu-se aprender, só se ensinava nos recreios e feriados.
        Prefeitos, vereadores, síndicos e diretores eram nomes, mas os convivas se serviam, alimentando-se do que se plantou, se plantavam, dando a terra semente sã, dos seus corpos, quando carecia. Ninguém se desculpava por ser igual, nem se punia os diferentes; a diferença engendrou a igualdade, por isso as medidas desluziram.
             O meu amor não era mais meu nem mal; era amor, aliás, nem era, mas agora é. Com os braços abertos chegava e o peito cheio, partia. Tantas idas e vindas, que a saudade era só saudade. O beijo era gratuito e trocava substâncias, como também as mãos se massageavam no cumprimento, desarmavam-se no aperto. Por isso, passou a haver braços nos abraços, na estranha metamorfose de corpos juntos, sendo um, porém, quando se separavam depois, estavam maiores.

               Ao dormir, ninguém mais sonhava.