domingo, 22 de junho de 2014

COM FICÇÃO





Terei de pronunciar pecados principais a vós
A mão de renunciar a dor viva em prazer
Mulher pequena metonímia imensa em caos
Como errar o alvo e ainda assim gozar?
O olho exorta o passo e finge sentimento casto

Aponto estrelas que brotam em dedos
No céu da boca, espinhas e verrugas
As mãos ensaiam sóis, universos se criam
Explodem nada mais que natimortos?
Em si, para si, gerações se vão ao chão

E haverá com quem concorrer criação
Usurpado o trono tem-se a ira
E chagas sujas mais que chamam trevas
Não vale mais leprosos que puros seres?
Alvos sacrossantos são crias críveis

E os sonhos sacrilégios sãos?
Em vão inventa a arte a culpa?
Venerar o vulnerável ou vil perdão?
Pois per-doai!

sábado, 14 de junho de 2014

Nós




agora
você lendo eu escrevendo
presente pra você pra mim presente
e não é o mesmo pra mim pra você
presentes
em mim você se inscreve e leio você lendo também
até mesmo eu pra você é você e você pra mim sou eu
eu sou mim pra você e você é você pra eu mesmo até
nós
atados em mim quando
até mesmo “mim” somos eu e você
e também nem eu nem você deixamos
de ser o que só somos você e eu
escritos e lidos
no enlace, no laço, no lance de ler só em si
Eu lendo você lendo eu escrevendo você lendo
agora
Nós